O meu nome é Fátima Ferreira e
nasci no Entroncamento em 1961. Aos 5 anos os meus pais vieram para o Porto e por
aqui ficamos.
Cresci no meio de linhas e
agulhas, pois meu pai era alfaiate e minha mãe costureira. Talvez seja essa a
origem da minha paixão por tudo que se relaciona com a costura e os lavores. Aos
7 anos comecei a ajudar o meu pai nos acabamentos dos seus trabalhos e, segundo
ele, aprendia facilmente e já mostrava ter jeito com as agulhas.
Foi muito cedo que comecei a fazer todo o tipo
de lavores pois era muito curiosa e gostava de apreender tudo! Aos 8 anos fiz na escola o que considero ser a minha primeira obra de arte: o pano bordado que podem ver na fotografia.
(este bordado de Guimarães, que guardo religiosamente, chegou a estar em exposição na minha escola)
Nessa altura, a vontade de trabalhar e ser
independente falou mais alto do que os estudos e quis o destino que fosse parar
a aprendiz de cabeleireira, profissão que exerço até hoje. Felizmente, a minha
profissão nunca me impediu de fazer os meus lavores, e algumas vezes até as
minhas clientes que admiravam os meus trabalhos me faziam pequenas encomendas.
Sou casada desde os 20 anos e tenho
uma filha e um marido maravilhosos. Adoro fazer pequenos presentes para eles,
principalmente em malha (camisolas, cachecóis e gorros), presentes esses que
são sempre recebidos com muito entusiasmo.
Há também outra actividade que é uma
parte essencial da minha vida: a pesca desportiva. Quando em novo, o meu marido
começou a praticar este desporto, eu acompanhava-o sempre, mas apenas para lhe
fazer companhia e levava sempre atrás de mim o crochet, para passar o tempo. Um
dia ele conseguiu que eu trocasse as linhas de crochet pelas linhas da pesca.
Comecei a pescar e a gostar bastante deste desporto, por isso inscrevemo-nos
num club de pesca desportiva que existia na rua onde morávamos. Desde aí nunca
mais parámos e em 1990, quando nos inscrevemos num club federado, começamos a
praticar pesca desportiva de alta competição. Os títulos foram chegando e hoje
tenho um curriculum desportivo de que me posso orgulhar.
Actualmente, como muitos dos
portugueses, fui afectada pela tão falada “crise” e fiquei desempregada. Com a
minha idade, nos dias de hoje, arranjar um emprego é quase impossível e, por
isso, espero que o artesanato, que sempre me acompanhou, possa ser a minha solução
face à conjuntura actual.
Aos 50 anos, depois de ser
obrigada a deixar a minha profissão de sempre, o artesanato foi o meu primeiro
pensamento e é a ele que me quero agarrar, esperando ser bem-sucedida nesta
nova fase da minha vida. No futuro, gostava de participar em feiras de
artesanato, feiras essas que sempre me fascinaram, e também de poder ensinar estas artes a outras pessoas.
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